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Arquitetos: Pezo von Ellrichshausen
- Área: 410 m²
- Ano: 2014
Descrição enviada pela equipe de projeto. Encurralado entre a caída abrupta da colina e um bosque de eucaliptos, o terreno estreito obriga a cruzar o jardim e a uma chegada aérea sobre a pequena baía de uma lagoa. Obturando este primeiro plano frente à paisagem, um prisma monolítico de concreto tenta articular as contradições topográficas. Estabelece-se uma planta superior de 20 m de lado apoiada sobre uma planta compacta de 8,5 m de lado.
O pavimento superior contém um pátio central e do mesmo tamanho do térreo. Assim, os ambientes suspensos ficam rodeados pelo exterior pelos quatro lados de sua secção. Este pavimento, um dogmático piano nobile que restitui a incomodidade diagonal do terreno natural, é baseado num esquema reticular de quatro módulos por lado. Os ambientes centrais colidem lateralmente com o pátio, os ambientes das esquinas articulam-se por circulações que ocupam um módulo subsidiário.
Perfurações zenitais no centro de cada recinto e nos extremos das circulações estabelecem uma dimensão vertical que amplifica os brilhos da água. O térreo, numa informalidade mais contingente, recorre às funções mais seculares do âmbito doméstico. Sua figura quadrada dividida em quatro quadrantes iguais é recortada na esquina norte. Esta subtração serve como atalho visual e funcional entre o pátio superior e a margem da lagoa.
Toda a estrutura, como nessa "cristalização de um conflito de forças" com que Ghyka descrevia uma paisagem, é uma massa pétrea em aparente repouso. As quatro paredes do pátio atuam como vigas Vierendeel equilibradas sobre o embasamento. Quase dissolvendo os esforços, as superfícies de concreto possuem a textura grossa de uma tabuleta fina tingida de preto diluído.